Romance negro e outras histórias, publicado pela primeira vez em 1992, reúne sete narrativas, um pouco menos breves e concisas do que outros de seus contos. Aqui, sem abandonar o submundo dos seres marginalizados, Rubem Fonseca investirá, sobretudo, na problemática do homem moderno e de sua consciência.

O processo de leitura/escrita entrará em cena nessa reunião. No primeiro conto do livro, por exemplo, Epifânio/Augusto é uma espécie de flâneur, que vive entre ratos e perambula pelas ruas do Rio de Janeiro, anotando em um caderno tudo o que vê, para, no futuro, escrever um livro.

No último conto, que dá título ao livro, o próprio romance noir é posto em xeque, num debate que envolve críticos, autores e editores, sintetizando, num só conto, as duas vertentes da literatura policial, a inglesa e a americana.

As letras serão, então, de certa maneira, o fio condutor desta obra, apresentando-se ora como preenchimento da vida, ora como mistério e morte. Orquestrando com maestria as letras, com seu estilo tão próprio, Rubem Fonseca sempre nos envolve em suas fascinantes narrativas.