texto: Witold Gombrowicz
edição: Rui Almeida Paiva e Sofia Gonçalves
tradução: Rui Almeida Paiva
design: Sofia Gonçalves
Edição: julho de 2020
Editora: Dois Dias Edições
Idioma: Português
x
Capa mole.
Offset
256 pp.
«Após moção votada por unanimidade, o Chanceler abriu o debate… cuja característica principal foi, porém, o silêncio, um silêncio surdo e mudo. O Ministro do Interior foi o primeiro a pedir a palavra, mas quando esta lhe foi concedida, começou por calar-se e calado permaneceu durante todo o seu longo discurso… para depois voltar a sentar-se. De seguida, coube ao Ministro da Corte Real tomar a palavra, mas também ele, assim que a obteve, levantou-se da sua cadeira, calou exactamente tudo o que tinha a dizer, e tornou a sentar-se. E assim sucessivamente muitos ministros pediram a palavra: levantavam-se, calavam-se, voltavam a sentar-se, enquanto o silêncio, o obstinado silêncio do Grande Conselho, multiplicado pelo silêncio dos retratos e o silêncio das paredes, tornava-se cada vez mais dominante. As velas consumiam-se. Imperturbável, o Chanceler presidia ao silêncio. As horas passavam.»
Witold Gombrowicz (1946), «O Banquete» em Bakakai
Witold Gombrowicz nasce no sul da Polónia, em 1904.
BAKAKAI é uma colectânea de contos cuja composição abrange um razoável período da vida literária do autor. Agrupados pela ordem cronológica invertida, os primeiros contos deste livro são os mais recentes, e o último constitui a primeira obra literária de Gombrowicz.
Nos dez contos deste livro, encontramos o talento de Gombrowicz para despertar – normalmente a partir de um pequeno incidente ou uma pequena anomalia que surge inesperadamente no quotidiano de um personagem – a presença concreta de um mistério. Numa prosa hábil, mordaz, hilariante e impiedosa, o autor expõe a tensão (levada ao limite do suportável) dos seus assuntos de eleição: a obsessão irracional, a identidade, a forma, a máscara aristocrática, a (i)maturidade e a juventude.
Enquanto romancista, publicou os seguintes títulos: Ferdydurke, Cosmos, Pornografia e Transatlântico. Para teatro, escreve duas peças: Ivone, Princesa do Borgonha e
O Casamento. Diários, o seu último livro, torna-se, nas palavras do autor, no seu «animal de estimação» (acompanhando-o, nos últimos dezasseis anos de vida, para todo o lado), onde regista, ao longo de mais de setecentas páginas, uma longa e intensa conversa consigo próprio.
Morre no sul de França, em 1969.
texto: Witold Gombrowicz
edição: Rui Almeida Paiva e Sofia Gonçalves
tradução: Rui Almeida Paiva
design: Sofia Gonçalves
Edição: julho de 2020
Editora: Dois Dias Edições
Idioma: Português
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Capa mole.
Offset
256 pp.