Playlist #42 – Marta Amorim Posted in: Playlist

Sinais contínuos
2019
Vídeo, cor, s/ som
5′ (loop)

O vídeo apresentado é parte integrante de um projecto em desenvolvimento, que incorpora também elementos de fotografia e som.

Actualmente a relação que estabelecemos com as imagens é maioritariamente mediada através de ecrãs. Elas chegam-nos por esta via, muitas vezes em tempo real, muitas vezes transformadas e/ou desfasadas da realidade.

Este trabalho foi concebido tendo como base um sistema de vídeo-porteiro, que transmite imagens de enquadramento fixo, em tempo real, num intervalo de visualização pré-definido, limitadas por características operacionais.

Desgastado, pelo tempo e pelo uso, o dispositivo imprime nas imagens que transmite as suas marcas, operando nelas transformações que as distanciam do concreto.

A apropriação destas imagens transitórias, dá-lhes uma existência que ultrapassa a função, o tempo e o lugar a que estavam anteriormente circunscritas.

Adquirem permanência. O registo das mutações induzidas pelo equipamento cria sequências que multiplicam possibilidades de representação.

Cada frame é uma imagem possível da imagem original. Cada activação de ecrã é uma pesquisa de possibilidades, impulsionada pela necessidade de dar sentido ao que se vê, de responder a um estímulo visual.

Bio

Marta Amorim (Lisboa, 1980) vive e trabalha entre o Barreiro e o Porto.

Licenciou-se em Química e posteriormente realizou o Curso avançado de Fotografia do Ar.Co. Actualmente, frequenta a pós-graduação em discursos da fotografia contemporânea, na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa.

Na sua prática artística, segue uma vertente de experimentação, encarando a fotografia como meio de criação de imagens que transcendem a representação do real.

Tem trabalhado com dispositivos de produção e reprodução de imagem, explorando o potencial fotográfico destes, nos limites da sua função. Adopta uma abordagem serial, que se materializa na acumulação sistemática de imagens que procuram a falha, o erro, o desvio, numa tentativa de estudar diferentes possibilidades de releitura do visível.

En

Sinais contínuos
2019
video, color, mute
5′ (loop)

This video is presented as an integral part of an ongoing project that also incorporates elements of photography and sound.

Today, the relationship we establish with images is mostly mediated by screens. They come to us this way, often in real time, often transformed and / or out of synch with reality.

This work was conceived based on a video intercom system, which transmits fixed frame images, in real time, at a predefined viewing interval, limited by operational characteristics.

Worn out by time and use, the device prints on the images which it transmits its marks, operating on them transformations that create a distance from the specific purpose they serve.

The appropriation of these transient images gives them an existence that goes beyond the function, time and place to which they were previously circumscribed. They acquire permanence. Recording equipment-induced mutations creates sequences that multiply representational possibilities.

Each frame is a possible image of the original image. Each screen activation is a search for possibilities, driven by the need to make sense of what one sees, to respond to a visual stimulus.

Bio

Marta Amorim (Lisbon, 1980) lives and works between Barreiro and Porto.

She graduated in Chemistry and later took the advanced course in photography at ar.co. Currently, she attends a Postgraduate Studies program in Contemporary Photography discourses at the School of Fine Arts of the University of Lisbon.

In her artistic practice, she follows a strand of experimentation, viewing photography as a means of creating images that transcend the representation of the real. She has been working with image production and reproduction devices, exploring their photographic potential, within the limits of their function. Her practice adopts a serial approach, which materializes in the systematic accumulation of images that seek failure, error, and deviation, in an attempt to study different possibilities of rereading the visible.

« Playlist #43 – Jean-Charles Rosa
Playlist #41 »